sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

Aos meus primos queridos....


As vezes me distraio olhando o passado.... revejo momentos que nunca esqueci, posso visitar paisagens distantes de uma infância serena e tranquila. Posso cavalgar novamente na cerca, recoberta por acolchoados e cobertores....posso descer a lomba, cheia de barro, escorregando em cima de pedaços de papelão...como era bom!!!
Outras vezes revejo a correria no pátio, ouço os gritos da criançada, sinto a presença de Deus em cada momento de nossa caminhada...
E quando fecho os olhos, volto a ser menina, volto correr em meio a algazarra e sinto todos os cheiros e gostos da época.
E novamente abro meus olhos e volto ao presente, onde somos todos adultos com mil e um compromissos, agenda apertada, corre- corre de lá pra cá. Procuro meus parceiros de algazarra e percebo que todos se fazem ausentes. Cada qual em sua casa, sua vida, seu mundo, porém tenho certeza que cada um carrega em seu ser as mesmas lembranças e saudades que eu. Tenho certeza que onde quer que estejas, em qualquer tarde de sol a pino, céu azul e brisa mansa, vais lembrar das tardes preguiçosas que passamos lada a lado, brincando de “qual é a música”, “stop”, “o que é o que é?”. E nos finais de tarde a gritaria e correria do “pega- pega”, da “gata cega”, do “esconde-esconde”.
Por mais que passe o tempo, sei que nos dias de chuva hás de lembra das tardes em frente a televisão, deitados em uma cama no chão, onde todos fazíamos gracinhas para ver quem ria primeiro.... e depois ouvir o pai chingando que queria olhar a televisão....éramos terríveis...mas felizes...
E as mentiras que invetávamos só pra nos deixarem sair a noite, lembra? “Tio a mãe mandou comprar leite para o mama do Jeverson, e como é muito tarde, pediu se o senhor deixa os guris e gurias irem com a gente? É claro Beto, eles podem ir...” e nós: “Tia o pai mandou comprar cigarro lá em cima na Zenaide, mas como é muito tarde, pediu se dá pros guris irem com a gente? É claro Gu...o Luiz não toma jeito, mandando vocês no bar a estas horas...”, e lá íamos nós sem nada pra comprar, lembra?
Torno a dizer que éramos muito felizes, pois a vida era mais fácil, mais segura, sabíamos que ninguém iria nos dar um tiro e que voltaríamos tranquilos pra casa. Sabíamos também que nossa família era/é especial, que nos amamos e que nada no mundo é capaz de mudar isto.
Sabe primo, acho que no peito de ninguém a saudade brinca como no meu, pois sempre sonhei que nunca ficaríamos distantes...mas as coisas mudam, só não muda o amor. Seguimos cada qual o seu caminho, por vezes bem diferentes um do outro, mas posso ver que são caminhos paralelos um do outro. Basta só olhar pro lado e posso ver teu sorriso, a distância não nos separa, nos une. Nos une na fé em um só Deus, nos une no Amor de Nosso Mestre Querido Jesus Cristo, nos une nas lembranças, na saudade, nas belas famílias que constituímos, nos exemplos de vidas que tentamos dar a nossos filhos.
Tenho certeza que um dia não mais estaremos distantes, nem mesmo fisicamente, então elevo meu pensamento aos Céus e agradeço pela felicidade que antevejo...pelas bençãos que recebi nos momentos em que vivemos juntos, e pelo aprendizado que veio com esta breve separação.
Rogo a Deus que nos ampare sempre, mantenha nossos sorriso largos e sinceros, com facilidade em brotar, como tem sido até hoje. Peço aos Céus que me permita continuar sentindo a tua presença todos os dias, pois assim continuarei feliz. Bjuuu...Amo todos vocês!

PS: Aos que não viveram tudo isto comigo, escrevo em nome de seus amigos de infância que estão longe e com certeza sabem ao que me refiro.

Dina.

Porto Alegre, 03 de fevereiro de 2012.

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